Pesquisar neste blogue

04 maio 2023

O sonho

- Mas, eu não sei o nome dele...

Ao dizer isto, Sióg guardou o pendente e foi comer qualquer coisa. Estava cansada e com fome. As emoções tinham sido muito intensas e a mente dela não estava a funcionar.

Lá fora, o vento levantava-se e sentia-se poeira no ar...

- Aproxima-se uma tempestade de areia...

Ao ouvir isto, a pequena fada foi verificar as janelas e reforçar as que pareciam mais fracas. Depois, fechou a porta e colocou o armário, com a ajuda de Goath, a trancá-la.

- Não podemos fazer mais nada! Espero que não seja muito forte...

Os dois deitaram-se no canto de onde o vento soprava. A princípio não conseguiam adormecer, mas o cansaço conquistou-os...

--

- SIÓG!

A fada estava sozinha no meio da escuridão. Não se via, ouvia, sentia nada... A não ser aquele grito que ecoava em paredes invisíveis...

- Quem está aí?

- SIÓG!

- QUEM ÉS?

Os gritos da fada fundiam-se com o silêncio... Eram absorvidos pela escuridão que a rodeava.

- SIÓG!

- Diz! FALA! MOSTRA-TE!

Os joelhos fraquejam. As lágrimas começam a escorrer e, sem ela o querer, começa a soluçar...

De repente, uma luz incide em algo...

Ela limpa as lágrimas e tenta focar os olhos. Debaixo do foco de luz estava Misneach! Pálida, com a cara encovada e com sangue a escorrer da ferida feita pela flecha...

- MISNEACH!

Tentou levantar-se, para ir ter com ela, mas algo a prendia ao chão. Como se os joelhos se tivessem colado.

- MISNEACH!

Assim que acabou de gritar, Misneach transforma-se num falcão e passa a rasar a cabeça de Sióg...

--

- MISNEACH!

- Calma, Sióg! Foi só um son...

Da bolsa de Sióg, surge um falcão que pousa mesmo em cima do armário.

- Olá, Sióg! Mestre Goath!

 

 

Rui M. Guerreiro, o guerreiro ruim