- Tens o mesmo nome dela?
- Sim, é um facto!
- Mas...
- Primeiro, temos de sair daqui... Os humanos podem voltar!
Assim, que o disse, Misneach começou a bicar a tranca da janela, até a abrir...
- Eles veem aí!
- Como sabes?
- VAMOS!!!
Sióg e Goath tiraram o armário da frente, num misto de resistência com urgência, e abriram a porta. Uma coluna de pó erguia-se no horizonte...
- Por onde?
- Sigam-me!
Misneach começou a voar na direção do rio. Junto à margem, estava o barco em que Sióg tinha conhecido a fada do sul.
- Libertem o barco e escondam-se debaixo daqueles trapos...
- Mas assim não sabemos para onde vamos...
- VÃO!
Goath voltou a ser um pendente e Sióg colocou-o ao pescoço, antes de entrar no barco que já se escapulia, levado pela corrente.
- ALTO! Chegámos à casa que o comandante deu como referência!
Um grupo de 20 humanos, montados em cavalos, tinha acabado de chegar à casa. O barco seguia a corrente do rio, numa direcção desconhecida para Sióg...
- SARGENTO! Um barco à deriva!
- Tem alguém?
- Não!
- Deixa-o! Não podemos perder mais tempo! CABO! Monta o acampamento, precisamos de descansar, antes de ir apoiar o nosso comandante!
Sióg ainda ouvia o barulho da algazarra humana, mesmo já não os vendo. Misneach, entretanto, tinha-se juntado a ela...
- Eles vão pernoitar lá! Vão reforçar o contingente humano!
- Mas o que se passa?
- Uma longa história...
- Tens mais alguma coisa para fazer, é?
Misneach riu-se e, finalmente, conseguiu relaxar...
A corrente agora era mais calma. O barco percorria devagar aquelas águas cercadas por areia. As estrelas mostravam os caminhos e contavam os mitos de outrora... Ele podia, finalmente, descansar um pouco...
Rui M. Guerreiro, o guerreiro ruim