Os dias foram passando e a urgência de Sióg aumentava. Ela tinha de voltar ao Reino do Oeste.
Ádhamh, pelo seu lado, mostrava-se fechado. Era simpático e cordial, respondia sempre à fada, mas não contava nada.
- Porque ele não me diz nada, Goath?
- Ainda está a recuperar... O veneno do escorpião da areia é muito forte.
- Estranho como ele resistiu, não é?
- Sim. Mas, ele está a atrasar-nos, Sióg...
- Está?
O humano passava quase todo o dia sentado, com as pernas cruzadas de uma forma estranha, e de olhos fechados. As mãos mantinham-se no colo, sempre na mesma posição.
- Que está ele a fazer?
- Não sei. Porque não lhe perguntas?
Ao fim de três dias na caverna, Ádhamh levantou-se e foi ter com Sióg, que afiava a sua espada.
- Vamos? A rainha Gcroí não pode esperar mais!
- Mas...
- É urgente! Venerável Goath, podemos ir?
- Sim, claro... Sióg?
- Não hesitemos!
Arrumado o acampamento, Sióg e Ádhamh sentam-se no dorso de Goath. O alce motivado pela urgência súbita desatou a correr tão veloz como o vento que antecede a tempestade...
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- Ádhamh! Ouves-me?
- Sim, minha mãe...
- Vem o mais depressa possível! Os humanos cruzaram agora a fronteira...
- ...
- Enviei um comité de receção! Deve-nos conseguir ganhar tempo! Vem!
- Sim, mãe... Irei!
Rui M. Guerreiro, o guerreiro ruim