- As aulas acabaram! Já sabes tudo o que te poderia ensinar...
- Vais deixar-me?
- Recebi as minhas ordens, ontem!
- Para onde vais?
- Fui transferida para as fronteiras. Amanhã, tenho de me apresentar na fronteira com o Reino das Fadas do Leste...
- Onde os teus pais moram...
- Sim!
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A General Bua tinha pouca informação. As fadas batedoras tinham desaparecido. Só sabia que os humanos tinham entrado no Reino com alguns exércitos e que tinham destruído a floresta de Sean Teorainn.
- Sióg, sabes mais alguma coisa?
- Eu vi em direto a destruição da última floresta do Reino das Fadas do Leste. Foi aí que começou a minha viagem para a avisar, mas depois fui raptada, encontrei o filho da magnífica rainha...
- Pára! Antes de continuares, deixa-me dizer-te que sinto muito o que aconteceu à floresta dos teus pais... Eu não desejava isto...
- Obrigado, minha líder! Não foi fácil assistir à migração, à destruição, nem chegar aqui...
Muito rapidamente, Sióg acabou por lhe contar toda a sua viagem até chegar ali, àquele momento.
- General Bua! Que informações temos do Reino das Fadas do Sul?
- Nenhuma, minha rainha! Não há sinais de humanos, nem de fadas, junto às fronteiras. É como se o deserto tivesse engolido todas as fadas...
- Precisamos de mandar alguém lá...
No momento em que acabou de dizer isso, olhou para Sióg.
- Será que é pedir demasiado voltares ao Reino de onde fugiste da morte e encontraste o meu filho?
- Eu estou aqui para servi-la, senhora da luz!
- Não esperava outra coisa de ti! Ádhamh, preciso do teu relatório, para planearmos a ida da Sióg e como montaremos as defesas contra os humanos.
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Ádhamh foi despedir-se de Sióg à caserna. Ela estava a acabar de arranjar a sua mochila, com os parcos objetos que tinha: uma corda e uma capa élfica, um saco-cama, uma faca multiúsos e provisões suficientes para dois dias de viagem.
Ele esperou que ela acabasse em silêncio. Quando ela se levantou assustou-se!
- Solas, assustaste-me!
- Vim despedir-me...
- Obrigado! É bom ver-te... Aqui... Pois, tu percebes!
Um pouco embaraçada, porque ela queria evitar aquele momento, Sióg abraça Solas e despede-se à pressa. Assim que o larga, começa a afastar-se, sem olhar para trás... Nem se apercebeu, o "Amo-te!" dito em surdina pelo pequeno humano...
- Eu vou ficar mais forte, Sióg! E, nessa altura, ensinas-me o truque!
Sióg riu-se e acenou-lhe o que ela julgava ser o último adeus.
Rui M. Guerreiro, o guerreiro ruim