A hora da partida é criada quando chegamos...
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A cabana. Olhava para ela de longe.
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Assim que cheguei da baía, comecei a arrumar as minhas parcas roupas e a minha bokuto.
Preparei uma última refeição. Arrumei tudo o que havia para arrumar.
Sentei-me antes de partir. A trouxa estava a meus pés. Os meus olhos no infinito. As mãos seguravam um papel e um pincel.
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À mulher que me salvou e cuidou,
Deixo hoje a cabana onde cuidaste de mim. Onde me salvaste. Não só o corpo como a alma.
Deixo hoje o que foi a minha casa durante este tempo em que te esperei. Mas, no final, quem eu esperava era eu próprio. Percebi-o agora.
Neste momento em que te escrevo, entendo a tua partida. Porque me deixaste e vigiaste.
Tu que foste as mulheres que amei e me amaram, protegeste-me e deste-me a liberdade que precisava para enfrentar os meus medos e culpas.
Deste o espaço que necessitava para entender-me... curar-me. Há feridas que só o tempo e a solidão podem curar e tu... deste o que precisava, não o que queria.
Obrigado mulher dos mil rostos e vozes. Obrigado.
Parto agora. Sei que um dia, irei encontrar-te. E, nessa altura, irei conhecer o teu verdadeiro rosto e voz.
Até esse dia...
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Deixei a carta sobre a cama. Peguei na trouxa e na bokuto. Parti.
Ao virar da curva que abraçava a floresta de bambus, olhei para trás. Vi a cabana de longe.
Olhei para o lado e vi a baía que a minha culpa transformou.
Baixei a cabeça e segui caminho.